"Lembro que sempre sonhei viver de amor e palavra." Herbert Vianna

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

E agora José?

Tá chegando a hora, a hora de decidirmos o futuro do nosso país, de decidirmos nas mãos de quem deixaremos nossas vidas, de verdade.
Menos de uma semana para as eleições e não, ainda não sei em quem votarei nem pra Deputado. 
To tentando analisar, comparar propostas, e vendo se são propostas plausíveis e coerentes. Por que não adianta candidatos chegarem dizendo que vão aumentar o salário mínimo pra 2.500,00 , é óbvio que seria o que todo mundo quer, mas todos sabemos que isso não vai acontecer, e caso acontecesse, todo o mercado aumentaria, o que não ia adiantar o aumento de salário, pois continuaria como está.

Dilma? Serra? Marina? Plínio?

Votar ou não Votar? Eis a questão. 

Votar nulo ou em branco? acredito que não seja a melhor atitude, por mais que acredite que o seu candidato não vá vencer.

Serra, sem comentários.

Plínio tem até propostas legais, mas as pessoas estão rindo dele, não estão botando fé nele, pelo fato dele ser mais velho, penso na possibilidade de votar nele também. rs

Marina tem até boas propostas, gostei dela, só espero que se ela ganhe não transforme o Brasil num "culto evangélico" ou seja lá como se chamam isso. rs

Dilma tá mexendo com o povo, e não é no bom sentido, principalmente católicos e evangélicos, pois ela quer legalizar o aborto, fazer da prostituição uma profissão reconhecida.
Há quem defenda as ideias de Dilma e há quem as julgue muito. Eu? Talvez não defenda, mas também não julgo. Eu sou a favor da legalização do aborto, pois sabemos que a proibição não impede ninguém de fazer nada, e com a proibição e não legalização do aborto mulheres continuarão fazendo abortos, mas em lugares não especializados, com materiais não apropriados, correndo risco de vida e de obter doenças, e com a legalização haverá com certeza clínicas próprias pra isso, com profissionais na área, com psicólogos que as mulheres terão de consultar antes e depois do aborto, e pode-se dizer que uns 70% das mulheres que passam pelo psicólogo antes de tomar essa decisão acabam desistindo de fazerem o aborto. 

Sem falar também de pessoas que não têm condição alguma financeira, fisica, emocional ou espiritual para ter um filho, e quando têm "jogam ele fora" literalmente. Tratam como se fosse lixo. Isso sim deveria ser proibido, atrocidades como essas deveriam ser evitadas.

Então, sim, sou a favor.

Mas nem por isso vou votar na Dilma não tá? rs
Só quis passar um pouquinho do que eu acho.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ah, Camões...

Outro textinho que havia na prova do concurso, interessantíssimo por sinal.

Vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho de poema de Camões: 

'Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer '. 


Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação :
 

'Ah, Camões!, se vivesses hoje em dia,
tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicos
e Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
consultavas a Internet
e descobririas que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo !'
 

A Vestibulanda ganhou nota DEZ, pela originalidade, pela estruturação dos versos, das rimas insinuantes e também, foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era apenas falta de sexo.
(Existem desavisados que acham que este trecho de Camões era de autoria de Renato Russo)

Falta de tempo.

Mil anos sem nem passar por aqui.
às vezes por esquecer, talvez por não ter tempo, e também porque ninguém nunca lê isso né.. enfim.
Fiz a prova do concurso Domingo, aparentemente fácil, mas pra quem não tava preparada, não adianta nada né? =/
Mas na prova achei um textinho beem legal. Segue:



Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.

Gabriel Perissé.