"Lembro que sempre sonhei viver de amor e palavra." Herbert Vianna

Visitante número

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Para aquele que acaba de chegar...

"E que minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
e a outra metade... também!"


Para aquele que acaba de chegar
Aquele que estou torcendo pra ficar
Para ele eu queria apenas
algumas lindas palavras pra dizer.
Por mais que pareça clichê,
mas lindo é o que estou sentindo
Lindo é o que sinto, quando estou com você.

Nina

"Triste é não chorar..."

 
Triste é não chorar
Sim eu também chorei
E não, não há nenhum remédio
Pra curar essa dor
Que ainda não passou
Mas vai passar!
A dor que nos machucou
E não, não há nenhum relógio
pra fazer voltar... O tempo voa!

Eu sou uma chorona nata, fato. Choro vendo filminhos românticos, novela, uma conversa mais densa, quando me decepciono, quanto estou muuuuito feliz, choro assistindo "Grey's Anatomy", choro quando brigo com minha mãe, choro de arrependimento, choro de saudade, choro quando ouço aquelas músicas nostálgicas.
Mas essa carência e essas vontades de chorar de repente são familia, minha mãe e minha irmã são do mesmo jeito. rs

Mas como canta a música, "triste é não chorar", já que, como escreveu Caio Fernando Abreu, "ando bem, mas um pouco aos trancos. Como costumo dizer, um dia de salto 7, outro de sandália havaiana".

E a vida é assim, tudo muda a cada segundo e a todo instante. Até a Cássia Eller disse:

"Não é porque eu sujei a roupa bem agora que eu já estava saindo
Nem mesmo porque eu peguei o maior trânsito e acabei perdendo o cinema
Não é porque eu não acho o papel onde anotei o telefone que eu to precisando
Nem mesmo o dedo que eu cortei abrindo a lata e ainda continua sangrando
Não é porque eu fui mal na prova de geometria e periga d'eu repetir de ano
Nem mesmo o meu carro que parou de madrugada só por falta de gasolina
Não é porque tá muito frio,
Não é porque tá muito calor"

Mas chorar nem sempre traduz tristeza..

Hoje choro por acreditar e não acreditar. Por ter medo de acreditar no amor novamente. Por me sentir sozinha. Pela felicidade de ter pessoas maravilhosas ao meu lado. Nem sempre é tristeza. É felicidade. É esperança. Choro pela espera. Pela ansiedade de ter, de ver. Pelas minhas escolhas e as consequências destas. Pelo tempo que não volta. Pela esperança de um futuro promissor. Choro de nostalgia. Choro de alegria. Mas choro pelas coisas simples e belas. Um poema. Um abraço. Uma palavra. Um afago. Uma música. Um filme. Quando chove. Quando faz sol.

Acho que continuaria com esta lista infinitamente, mas confesso que seria meio enfadonho.. Não esqueçam: felicidade não é um estado de espírito constante, não um ser ou não ser, ela é composta por momentos que realmente nos permitimos!


Ainda quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida, não perdi o espírito Amélie Poulain dentro de mim, continuo gostando de ler, de ouvir boa música, de ir a cafés e comer os doces mais maravilhosos que fazem, de ir a shows, tomar vinhos com os amigos no parque/praça, conversar horas com as amigas.

Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce!

Afinal, "Felicidade se acha é em horinhas de descuido", como disse Guimarães Rosa.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mania de brasileiros..

Mania dos brasileiros de querer abrasileirar todos os novos sucessos internacionais que surgem
E a vítima desta vez foi ninguém mais, ninguém menos que Adele.


Adele é um dos maiores sucessos do momento, a cantora e compositora britânica já recebeu vários prêmios, todos merecidos, e também ocupa o topo das paradas musicais. Adele é muito amor ♥


Brasileiro, que adora meter seu dedo onde não foi chamado, resolveu adaptar alguns sucessos de Adele, ouça se tiver coragem.

 

A famosa Rolling In The Deep ganhou versão Forró, pra você colocar a tcheca pra sambar na buatchy: 





E para chocar gostoso, chore lágrimas de constrangimento ao som da versão (ainda não finalizada) de Set Fire to the Rain feita pelo grupo Furacão do Forró:  





Terrível, eu sei. Adele, querida. Sinto muito!

"When was the last time you thought of me?"

Então.. descobri e me encantei por uma cantora extraordinária. Um ícone.
Tem uma voz liiiiinda. E as músicas dela simplesmente dizem muito e me tocam muito.
Enfim.

Adele Laurie Blue Adkins, conhecida pelo nome artístico Adele é uma cantora e compositora britânica. Ela foi a primeira a receber o prêmio Critics' Choice do BRIT Awards e foi nomeada "artista revelação" em 2008 pelos críticos da BBC. Em 2009, Adele ganhou dois Grammy Awards de "Artista Revelação" e "Melhor Vocal Pop Feminino". Teve seu reconhecimento mundial ao lançar o álbum 21 e dominar as paradas de sucesso nos Estados Unidos e Reino Unido com o single "Rolling In The Deep", que é ótimo.

Mas hoje gostaria de postar aqui uma música que não saiu da minha cabeça nas últimas duas semanas. E que mais ou menos traduz o que sinto no momento.

DON'T YOU REMEMBER - ADELE


Don't You Remember

When will I see you again?
You left with no goodbye, not a single word was said
No final kiss to seal anything
I had no idea of the state we were in.

I know I have a fickle heart and bitterness
And a wandering eye, and a heaviness in my head

But don't you remember, don't you remember?
The reason you loved me before,
Baby please remember me once more.

When was the last time you thought of me?
Or have you completely erased me from your memories?
Cause I often think about where I went wrong
The more I do, the less I know.

But I know I have a fickle heart and bitterness
And a wandering eye, and a heaviness in my head.

But don't you remember, don't you remember?
The reason you loved me before,
Baby please remember me once more.

Ohhhh

I gave you the space so you could breathe,
I kept my distance so you would be free,
I hope that you find the missing piece
To bring you back to me.

Why don't you remember, don't you remember?
The reason you loved me before,
Baby please remember you used to love me.
When will I see you again? 
 
Você não se lembra 
Quando vou ver você de novo?
Você partiu sem um adeus, nem uma única palavra foi dita
Nenhum beijo final para selar qualquer coisa
Eu não tinha idéia do estado em que estávamos

Eu sei que tenho um coração inconstante e amargurado
E o olho de um errante, e um peso na minha cabeça

Mas você não se lembra, não se lembra?
A razão pela qual você me amava antes,
Baby, por favor, lembre de mim mais uma vez.

Quando foi a última vez que você pensou em mim?
Ou você me apagou completamente de suas memórias?
Porque muitas vezes eu penso onde eu errei.
E quanto mais eu penso, menos eu sei.

Mas eu sei que tenho um coração inconstante e amargura
E um olhar errante, e um peso na minha cabeça.

Mas você não se lembra, não se lembra?
A razão pela qual você me amava antes,
Baby, por favor, lembre de mim mais uma vez.

Ohhhh

Eu te dei o espaço para que você pudesse respirar,
Eu mantive minha distância, assim você iria ser livre,
Eu espero que você encontre a peça perdida
Para trazê-lo de volta para mim.
Por que você não se lembra, não se lembra?
A razão pela qual você me amava antes,
Baby, por favor, lembre de mim mais uma vez.
Quando vou ver você de novo? 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"A poesia prevalece"

"O sonho parece verdade quando a gente esquece de acordar.."


"Borboleta parece flor que o vento tirou pra dançar..."



Este final de semana a cidade onde vivo, Planaltina, foi palco de um espetáculo, um dos shows mais lindos que já tive o prazer de presenciar, se não tiver sido o mais. Foi circo, cena, arte, música, cultura, emoção, magia. Foi mágico. Foi teatral. Foi Teatro Mágico. *_*


Pra quem não sabe, O Teatro Mágico (TM) é um grupo musical, político, brasileiro formado em 2003 na cidade de Osasco, São Paulo, criado por Fernando Anitelli. O TM é um projeto que reúne elementos do circo, do teatro, da poesia, da música, da literatura, da política e do cancioneiro popular tornando possível a junção de diferentes segmentos artísticos numa mesma apresentação.



Acredito ser esse projeto a representação bela do cenário musical brasileiro, mostrando a mistura dos ritmos de nosso país, com ritmos mundiais...
E,"porque é que não se junta tudo numa coisa só?" 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

Primeiramente sobre um homem. Um escritor. Um ateu. Um português.
Me apaixonei por ele. E me apaixono mais ainda a cada linha que leio de cada livro dele.
JOSÉ SARAMAGO.

José de Sousa Saramago (16/11/1922 - 18/06/2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
Nasceu no distrito de Santarém, na província geográfica do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director-adjunto do Diário de Notícias. Foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado, em segundas núpcias, com a espanhola Pilar del Rio, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias. 



Já tive o prazer de ler "Ensaio sobre a Cegueira", " O evangelho segundo Jesus Cristo" e "As palavras de Saramago". E no momento estou lendo "Ensaio sobre a lucidez" que futuramente postarei algo aqui. =)
 Mas hoje, vou falar do "Ensaio sobre a Cegueira".



Ensaio sobre a Cegueira é um romance publicado em 1995 e traduzido para diversas línguas. A obra se tornou uma das mais famosas de seu autor.
Aos olhos de Saramago "este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."


Resumo da obra:  Esta obra, de José Saramago, faz uma intensa crítica aos valores da sociedade, e ao que acontece quando um dos sentidos vitais falta à população.
A cegueira começa num único homem, durante a sua rotina habitual. Quando está sentado no semáforo, este homem tem um ataque de cegueira, e é aí, com as pessoas que correm em seu socorro que uma cadeia sucessiva de cegueira se forma… Uma cegueira, branca, como um mar de leite e jamais conhecida, alastra-se rapidamente em forma de epidemia. O governo decide agir, e as pessoas infectadas são colocadas em uma quarentena com recursos limitados que irá desvendar aos poucos as características primitivas do ser humano. A força da epidemia não diminui com as atitudes tomadas pelo governo e depressa o mundo se torna cego, onde apenas uma mulher, misteriosa e secretamente manterá a sua visão, enfrentando todos os horrores que serão causados, presenciando visualmente todos os sentimentos que se desenrolam na obra: poder, obediencia, ganância, carinho, desejo, vergonha; dominadores, dominados, subjugadores e subjulgados. Nesta quarentena esses sentimentos se irão desenvolver sob diversas formas: lutas entre grupos pela pouca comida disponibilizada, compaixão pelos doentes e os mais necessitados, como idosos ou crianças, embaraço por atitudes que antes nunca seriam cometidas, atos de violência e abuso sexual, mortes,…
Ao conseguir finalmente sair (devido a um fogo posto na camarata de uma grupo dominante, que instalara ainda mais o desespero controlando a comida a troco de todos os bens dos restantes e serviços sexuais) do antigo hospício onde o governo os pusera em quarentena, a mulher que vê depara-se com a ausência de guarda: “a cidade estava toda infectada”; cadáveres, lixo, detritos, todo o tipo de sujidade e imundice se instalara pela cidade. Os cegos passaram a seguir os seus instintos animais, e sobreviviam como nômades, instalando-se em lojas ou casas desconhecidas.
Saramago mostra, através desta obra intensiva e sofrida, as reacções do ser humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao abandono. Leva-nos também a refletir sobre a moral, costumes, ética e preconceito através dos olhos da personagem principal, a mulher do médico, que se depara ao longo da narrativa com situações inadmissíveis; mata para se preservar e aos demais, depara-se com a morte de maneiras bizarras, como cadáveres espalhados pelas ruas e incêndios; após a saída do hospício, ao entrar numa igreja, presencia um cenário em que todos os santos se encontram vendados: “se os céus não vêem, que ninguém veja”…
A obra acaba quando subitamente, exatamente pela ordem de contágio, o mundo cego dá lugar ao mundo imundo e bárbaro. No entanto, as memórias e rastros não se desvanecem.
 
No desenvolver de toda obra, Saramago "joga" frases mais fortes e significativas que as outras. Que nos fazem pensar.. “Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem”

Sobre a escrita. Interessante na escrita das obras que já li dele é a falta de pontuação, ou a "brincadeira" que ele faz com ela. E o incrível é que dá pra saber a entonação perfeita para a frase, mesmo sem pontos. É uma forma peculiar na escrita porque é usada de uma forma não canónica, apesar de o escritor já fazer parte do cânone literário: falta no texto o travessão para identificar o interlocutor no diálogo e somos apenas ajudados pelo início das falas de cada personagem ser assinalado por uma capitular. Também aqui se vê a frase característica da escrita de Saramago, quase sem pontos finais e cadenciada na pausa por vírgulas.

Sobre a adaptação para o cinema. Ao longo de sua vida, Saramago resistira em ceder os direitos sobre seus livros para o cinema. No entanto, em 2008, uma adaptação de Ensaio sobre a Cegueira foi lançada, dirigida pelo brasileiro Fernando Meirelles. O filme obteve mundialmente críticas mistas, dividindo opiniões. No entanto, o longa-metragem agradou Saramago imensamente. O escritor disse a Meirelles "estar tão feliz de ter visto o filme como estava quando acabou de escrever o livro". Em outra declaração, Saramago disse que "agora conhecia a cara de suas personagens.
Sinceramente, eu adorei a adaptação cinematográfica. Pra mim, foi muitíssimo fiel ao livro e pôde contar com ótimos atores, que atuaram super bem.




Referências: http://www.ciberduvidas.com/idioma.php?rid=1691
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_sobre_a_Cegueira
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Saramago
http://imafotogaleria.wordpress.com/2010/06/18/depoimentos-de-jose-saramago-no-filme-janela-da-alma/

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Morre lentamente....

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar,
morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade"

Pablo Neruda


Muita gente tá morrendo. Morrendo sem perceber. Morrendo sem sentir. Sem ver.

"Eu poderia morrer agora..."


"Eu poderia morrer agora, estou tão feliz. 
Nunca senti isso antes. Estou exatamente onde queria estar."

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

"Não sei por onde vou, não sei para onde vou... Sei.. que não vou por aí."

É que às vezes acabamos por conhecer escritores e poetas maravilhosos, mesmo sem querer. Mesmo quando somos obrigados a lê-los... nos encantamos. Nos apaixonamos. E assim aconteceu, e assim acontece. Sempre, comigo. E esta semana me apaixonei por José Regio!

Biografia: José Régio, pseudônimo de José Maria dos Reis Pereira (17/09/1901 - 22/12/1969) foi um escritor português que viveu grande parte da sua vida na cidade de Portalegre (de 1928 a 1967). Foi possivelmente o único escritor em língua portuguesa a dominar com igual mestria todos os géneros literários: poeta, dramaturgo, novelista, contista, ensaísta, cronista, jornalista, crítico, autor literário, memorialista, epistológrafo e historiador da literatura, para além de editor e diretor da influente revista literária Presença, desenhador, pintor, e grande colecionador de arte sacra e popular. Ufa. O cara simplesmente foi um gênio!
Fundou a revista Presença em 1927, que veio a ser publicada, irregularmente, durante treze anos. Esta revista veio a marcar o segundo modernismo português, que teve como principal impulsionador e ideólogo José Régio. Este também escreveu em jornais como Seara Nova, Ler, O Comércio do Porto e o Diário de Notícias. Foi neste mesmo ano que José Régio começou a lecionar num liceu no Porto, até 1928, e a partir desse ano em Portalegre, onde esteve quase quarenta anos. Em 1966, Régio voltou para Vila do Conde, onde veio a morrer em 1969.


Há um poema de José Regio que simplesmente amei. E amei mais ainda por ver interpretações maravilhosas do poema.



Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí! 

Sobre a homofobia e o machismo.

Infelizmente estas duas palavras não saem do vocabulário brasileiro faz tempo.
E eu como uma pessoa totalmente contra qualquer tipo de opressão, gostaría de postar um vídeo aqui
do movimento estudantil da Universidade Católica de Brasília, que aconteceu no último dia 11.
Fico feliz que ainda há pessoas que lutam por dignidade e cidadania. Sim, isto é uma coisa que hoje em dia é preciso lutar pra ter. 
A atitude dos estudantes me contagiou. Uma mobilização contra algo que pra mim é crime. Qualquer tipo de discriminação. 



"No Brasil, a cada 2 dias, um LGBT é assassinado, apenas por expressar sua forma de ser ou amar e todos os dias, todos e todas nós aqui, somos incomodados e proibidos de expressar nossa forma de ser e amar. Por isso, nós não vamos nos calar. Não vamos deixar de beijar!"

 
"Nenhuma mulher deve ser impedida de ser mãe. E nenhuma mulher deve ser obrigada a ser mãe. Por uma política que reconheça a autonomia das mulheres. E suas decisões sobre seu corpo e sexualidade. Dignidade, autonomia e cidadania para nós mulheres."

domingo, 14 de agosto de 2011

Dia dos pais.

Claro que não acho que dia dos pais seja apenas no segundo domingo do mês de agosto... é na verdade todos os dias. Assim como dia das mães, dia do amigo, e quantos outros dias mais que foram criados como pretesto para comprarmos presentes. E acabamos que sempre compramos.. rs

Enfim.. Gostaría então de desejar um feliz dia dos pais pra todos aqueles pais que realmente sabem o significado da palavra PAI. Que sabem que pai é aquele que educa, que se preocupa, que ensina, que está ao seu lado, está com você, mesmo que não esteja por perto. Que te abraça, te beija e diz que te ama. Que faz brincadeiras contigo.. que briga quando você faz algo de errado, porque ele te ama e te quer bem. 

Nina


Pais ocupados, desocupados, altos, baixos, magros, gordos, feios, bonitos, ricos, pobres, negros, brancos, amarelos, verdes.. seja o que for. FELIZ DIA DOS PAIS.


(Este aqui é o meu papai *-*)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sobre o silêncio

Gosto do silêncio. É no silêncio que posso pensar melhor. Escutar melhor o que não havia escutado antes. Posso falar comigo em silêncio. Posso falar com você em silêncio...

Me faz lembrar uma música.. ENJOY THE SILENCE

Enjoy The Silence

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can't you understand
Oh my little girl

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm

Enjoy the silence...

Amo demais esta música. Em todas as versões possíveis.

(amo a versão com a Tori Amos cantando também. Esta mulher é tudo!)

Aprecie o Silêncio (TRADUÇÃO)

Palavras como violência
Quebram o silêncio
Vem destruindo
O meu mundinho
Doloroso para mim
Perfura através de mim
Você não consegue entender
Oh, minha garotinha

Tudo o que eu sempre quis
Tudo o que eu sempre precisei
Está aqui em meus braços
Palavras são bem
Desnecessárias
Elas podem só machucar

Promessas são feitas
Para serem quebradas
Emoções são intensas
Palavras são insignificantes
Os prazeres ficam
E a dor também
Palavras são sem sentido
E são esquecíveis

Tudo o que eu sempre quis
Tudo o que eu sempre precisei
Está aqui em meus braços
Palavras são bem
Desnecessárias
Elas podem só machucar

Tudo o que eu sempre quis
Tudo o que eu sempre precisei
Está aqui em meus braços
Palavras são bem
Desnecessárias
Elas podem só machucar

Tudo o que eu sempre quis
Tudo o que eu sempre precisei
Está aqui em meus braços
Palavras são bem
Desnecessárias
Elas podem só machucar

Aprecie o silêncio...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O dia do Curinga

E há tempos não comento sobre livros que li. Ou que leio. Que tô lendo. Ou que quero ler. hihihi
Então, resolvi comentar um pouquinho sobre um em especial.. O DIA DO CURINGA.


É um livro do autor Jostein Gaarder. O mesmo autor de um outro livro magnífico. "O mundo de Sofia". Que talvez comente por aqui depois.

Sinopse:
'Você já pensou que num baralho existem muitas cartas de copas e de ouros, outras tantas de espadas e de paus, mas que existe apenas um curinga?', pergunta à sua mãe certa vez a jovem protagonista de O mundo de Sofia. Esse é o ponto de partida deste outro livro de Jostein Gaarder, a história de um garoto chamado Hans-Thomas e seu pai, que cruzam a Europa, da Noruega à Grécia, à procura da mulher que os deixou oito anos antes. No meio da viagem, um livro misterioso desencadeia uma narrativa paralela, em que mitos gregos, maldições de família, náufragos e cartas de baralho que ganham vida transformam a viagem de Hans-Thomas numa autêntica iniciação à busca do conhecimento - ou à filosofia. 
(sinopse retirada do site da Livraria Cultura)

Como li primeiro "O mundo de Sofia", por recomendações e me encantei. Resolvi lê-lo também. E não foi diferente.  É lindo. Cheio de conhecimentos. Viagem pura.
Então aí vão alguns trechinhos do livro que me fizeram parar pra pensar um pouco... que me agradaram.. :

"Todos nós somos uns anõezinhos muito estranhos. Anões misteriosos que aparecem de repente nas pontes de Veneza"

"As novidades como você sabe, despertam a atenção e depois caem no esquecimento"

"A ira se tornou pra mim o melhor remédio contra tristeza"

"Meu pai se considerava, ele mesmo, um curinga"

"...ele se considerava uma espécie de curinga dentro de um baralho"

"Só o curinga do jogo não se deixa iludir"

"O mundo inteiro parecia estar dentro do meu corpo, sim, eu parecia ser o corpo do mundo"

"Um curinga é um pequeno bobo da corte, uma figura diferente de todas as outras. Não é nem de paus, nem de ouros, nem de copas, nem de espadas. É um caso à parte."

"Até o menor dos animais é uma pessoa"

"O ruído das borboletas era como música"

"Existem cerca de cinco bilhões de pessoas neste planeta. Mas a gente acaba se apaixonando por uma determinada pessoa e não quer trocá-la por nenhuma outra."

"_O que ensinam pra você na escola?
_A ficar sentado na carteira sem perguntar nada. E está aí uma coisa tão difícil que a gente precisa de anos pra aprender."

domingo, 7 de agosto de 2011

De ontem em diante

De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada
são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro? o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!

Minha mochila de lanches?
É minha marmita requentada em banho Maria!
Minha mamadeira de leite em pó
É cerveja gelada na padaria
Meu banho no tanque?
É lavar carro com mangueira
E se antes, um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem

Teatro Mágico

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Teatro Mágico DVD - 06 De ontem em diante

Sonhos de um coração apaixonado...


"Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos."

Caio Fernando Abreu


Foto de : http://marilustra.blogspot.com/

Aonde está você? (...) Me chama (....)

Aonde está você?
Me telefona
Me Chama! Me Chama!
Me Chama...
Nem sempre se vê!
Mágica no absurdo
Mágica no absurdo
Mágica!
Lobão

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Meu amor, cadê você?

"Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!"
 
"Meu amor, cadê você? 
Eu acordei não tem ninguém ao lado" 
Adriana Calcanhoto




Será que a gente é louca ou lúcida quando quer que tudo vire música?

"Eu
dizia “apareça”, quando apareceu, não esperava. Um dia me beijou e
disse “não me esqueça”, foi embora e só esqueci metade. Nada disso tem
moral nem tem lição, curto as coisas que acendem e apagam, e se acendem
novamente em vão. Será que a gente é louca ou lúcida quando quer que
tudo vire música? De qualquer forma, não me queixo, o inesperado quer
chegar: eu deixo."
Adriana Calcanhoto
Talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor.
(Caio Fernando Abreu)

O amor espera!! O amor espera??


"Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar"
Chico Buarque