"Lembro que sempre sonhei viver de amor e palavra." Herbert Vianna

Visitante número

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

"Te amo.... é primavera..."

23 de Setembro, início de uma nova estação. Início de uma nova fase. Mais bonita, espero. Mais alegre, eu quero. É incrível como as coisas ficam infinitamente mais belas. Todas aquelas cores nas árvores. É uma estação tão linda!

"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la."
                                               Cecília Meireles
E não faltam músicas para descrever sensações e sentimentos "primaveralescos".



Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Pablo Neruda

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Emanemo-nos amor"

A semana tá sendo toda de amores. Acho que foi o casamento da minha irmã, que me fez transbordar de amor. *-* Casamento liiindo, emocionante, inesquecível!
Com a melhor trilha sonora! haha


Deste jeito, sim, dá vontade de casar. Bate uma carênciazinha.. mas passa! Ainda bem. rs
Mas minha trilha sonora tem aumentado nos últimos dias. Músicas liiindas, que me fazem pensar numa pessoa que acabou de entrar na minha vida, e que já me faz um bem "danado"! haha

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Alguém me desconfigurou?


"Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado"

"Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva "



Mídia. Rádio. Tevê. Querendo ou não. Impõem algo. Tentam moldar você. É capitalista. É consumista. Imperialista. Massa de manobra, é o que somos.
Imperativo. 

*O imperativo é o modo verbal que expressa uma ordem, um pedido, uma recomendação, ou ainda, um convite, e geralmente um conselho ou uma suplicaçao, mais não deixa de ser uma ordem. 
Sem consciência crítica. Sem ceticismos. Sem dúvidas ou questionamentos. Apenas aceitamos. O que nos é imposto. Levantamos e abaixamos a cabeça. SIM. Faremos. Compraremos. Seguiremos. 
Nina

Talvez eu seja crítica demais quanto à tevê. Principalmente a tevê aberta, que é a que a população em geral tem acesso. Acesso à emissoras que visam estereótipos capitalistas. Cultura? Arte? Aonde estão? São pouquíssimos os programas que abordam conhecimento, arte e cultura. O que vemos são programas de humor barato e preconceituoso. O que vejo são pessoas burras, passando algo para outras pessoas burras.
Enfim.. tenho até um desenho que fiz um dia aí.. sobre o que acho da mídia em geral. Mas abordei no desenho emissoras. Em especial a Globo. Não que esta seja a única, claro que não.


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

I wanna go back to Bahia...

Ah, que saudades me bateu agora. Nostalgia. Vontade. Saudades da Bahia. 
Saudade de acordar cedo. Não por obrigação. Simplesmente acordava cedo.
Sentava, tomava café, conversava...  tudo sem pressa!
Tomava uns 4 banhos gelados por dia, sem contar os banhos nos rios e afins.
Aquela tranquilidade...
Que também vinha acompanhada de muita bagunça e brincadeira ao lado dos primos e amigos.
Saudades de ir aos lugares andando, e sempre encontrar um conhecido na rua
Saudades de pegar marquinha de biquini, sem nem precisar sair de casa.
Lanchar na praça; comer besteiras; jogar UNO; video game; ver filmes;
Sentar num lugar tranquilo e ler um livro...
Saudades de fazer as refeições com a familia inteira unida,
Saudades de acabar conhecendo váárias pessoas
Conhecer todos os vizinhos da rua também.
Aprender as gírias e acabar usando um sotaquezinho de vez em quando..
Saudades mesmo dos momentos, pequenos momentos, ao lado de pessoas maravilhosas.
ô saudade da Bahia!!


terça-feira, 6 de setembro de 2011

"Que setembro seja melhor e supere todas as angústias, medos, inseguranças e azar de um agosto fodido."
Caio Fernando Abreu



Sem esta de virar a página. O negócio e rasgá-la! E não voltar a ler. Ou melhor, trocar de livro!
Li uma história triste e cheia de saudade em Agosto. Não quero a mesma história em Setembro. Vai ficar chato. Enjoativo. 
Não quero tristeza em Setembro. Setembro é primavera!
Quero flores! Amores! Quero esquecer as dores!

Nina

E quando Setembro vier...

De tão azul, o céu parecerá pintado. E nós embarcaremos logo rumo à ilhas Cíclades.
Houvesse cortinas no quarto, elas tremulariam com a brisa entrando pelas janelas abertas, de manhã bem cedo. Acordei sem a menor dificuldade, espiei a rua em silêncio, muito limpa, as azaléias vermelhas e brancas todas floridas. Parecia que alguém tinha recém pintado o céu, de tão azul. Respirei fundo. O ar puro da cidade lavava meus pulmões por dentro. Setembro estava chegando enfim.
Na sala, encontrei a mesa posta para o café — leite e pão frescos, mamão, suco de laranja, o jornal ao lado. Comi bem devagarinho, lendo as notícias do dia. Tudo estava em paz, no Nordeste, no Oriente Médio, nas Américas Central, do Norte e do Sul. Na página policial, um debate sobre a espantosa diminuição da criminalidade. Comi, li, fumei tão devagarinho que mal percebi que estava atrasado para o trabalho. Achei prudente ligar, avisando que iria demorar um pouco.
A linha não estava ocupada. Quando o chefe atendeu, comecei a contar uma história meio longa demais, confusa demais. Só quando ele repetiu calma, calma, pela terceira vez, foi que parei de falar. Então ele disse que tinha acabado de sair de uma reunião com os patrões: tinham decidido que meu trabalho era tão bom, mas tão bom que, a partir daquele dia, eu nem precisava mais ir lá. Bastava passar todo fim de mês, para receber o salário que havia sido triplicado.
Desliguei um pouco tonto. Então, podia voltar a meu livro? Discreta e silenciosa como sempre, a empregada tinha tirado a mesa. No centro dela, agora, sobre uma toalha de renda branca, havia rosas cor de chá, aquelas que Oxum mais gosta. No escritório, abri as gavetas e apanhei a pilha de originais de três anos, manchados de café, de vinho, de tinta e umas gotas escuras que pareciam sangue. Reli rapidamente. E a chave que faltava, há tanto tempo, finalmente pintou. Coloquei papel na máquina, comecei a escrever iluminado, possuído a um só tempo por Kafka, Fitzgerald, Clarice e Fante. Não, Pedro não tinha ido embora, nem Dulce partido, nem Eliana enlouquecido. As terras de Calmaritá realmente existiam: para chegar lá, bastava tomar a estrada e seguir em frente.
Escrevi horas. Sem sentir, cheio de prazer. Quando pensava em parar, o telefone tocou. Então uma voz que eu não ouvia há muito tempo, tanto tempo que quase não a reconheci (mas como poderia esquecê-la?), uma voz amorosa falou meu nome, uma voz quente repetiu que sentia uma saudade enorme, uma falta insuportável, e que queria voltar, pediu, para irmos às ilhas gregas como tínhamos combinado naquela noite. Se podia voltar, insistiu, para sermos felizes juntos. Eu disse que sim, claro que sim, muitas vezes que sim, e aquela voz repetiu e repetia que me queria desta vez ainda mais, de um jeito melhor e para sempre agora. Os passaportes estavam prontos, nos encontraríamos no aeroporto: São Paulo/Roma/Atenas, depois Poros, Tinos, Delos, Patmos, Cíclades. Leve seu livro, disse. Não esqueça suas partituras, falei. Olhei em volta, a empregada tinha colocado para tocar A sagração da primavera, minha mala estava feita. Peguei os originais, a gabardine, o chapéu e a mala. Então desci para a limusine que me esperava e embarquei rumo a.
PS — Andaram falando que minhas crônicas estavam tristes demais. Aí escrevi esta, pra variar um pouco. Pois como já dizia Cecília/Mia Farrow em A cor púrpura do Cairo: “Encontrei o amor. Ele não é real, mas que se há de fazer? Agente não pode ter tudo na vida...” Fred e Ginger dançam vertiginosamente. Começo a sorrir, quase imperceptível. Axé. E The End.

Caio Fernando Abreu