"Lembro que sempre sonhei viver de amor e palavra." Herbert Vianna

Visitante número

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Qualquer negócio

Me deixa ser
Quem faz o laço
da gravata
do mordomo
que te serve o jantar
Me deixa ser
O suporte que segura
a tela plana
da sua sala
no lugar

Me deixa usar
o pé pra equilibrar
aquela mesa bamba
que você aposentou
há mais de um mês
Me deixa ser
a sua estátua
de jardim,
o seu cabide de casacos,
só não me tira de vez
da sua casa

Eu posso ser a empregada
da empregada
da empregada
da empregada
do seu tio.

Me deixa ser
o seu pingüim
de geladeira,
eu fico uma semana inteira
sem mexer
Me deixa ser
O passarinho do relógio
que de hora em hora
pode aparecer,
pra eu te ver

Me deixa ser
Quem passa a calça
que você precisa usar
no seu jantar
à luz de velas
com alguém
Me deixa ser quem deixa
Vocês dois
De carro
Em um restaurante caro
Só não deixa eu ser ninguém
na sua vida

Música e Letra: Clarice Falcão
Direção: Osíris Larkin
Som direto: Daniel Curi
Produção: Maria Eduarda Magalhães
Edição: Osíris Larkin
Produção de moda: Vanessa Marques
Agradecimento: Equipe Parafernalha (www.parafernalha.com.br)

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